Escrever e/ou maquiar? Eis a (minha) questão!

Minha versão de “não sei se caso ou se compro uma bicicleta”.

Ano passado, meu (então) psicólogo me pediu para escrever um texto sobre maquiagem. No ano anterior, minha coach maravilhosa (beijo, Gi!) também já havia me sugerido algo parecido.

Até agora, eu não achava uma ideia muito boa. Entendia a tentativa de unir duas das minhas grandes paixões: escrever e maquiar — mas pra mim não fazia muito sentido.

Sempre enxerguei como coisas distintas. De um tempo pra cá, essa ideia foi ganhando força no meu coração, e venho pensando em escrever esse texto há alguns bons dias.

Apesar de estar um pouco enferrujada, eu escrevo desde que me entendo por gente. Tenho pilhas de diários da minha infância e adolescência espalhadas na casa da minha mãe. Já escrevi poesias e até um livro.

Decidi ser jornalista, embora não exerça a profissão atualmente, basicamente porque sempre gostei e tive facilidade de me comunicar — principalmente escrevendo. Mesmo que eu tenha fugido um pouco da minha área de formação, continuo trabalhando com produção de conteúdo.

Não me lembro muito bem quando foi que a maquiagem despertou algo em mim. Mas me lembro de um aniversário meu, se não me engano o de 7 anos, em que pintei minha cara todinha com as maquiagens da minha mãe — fiquei parecendo uma palhacinha (vou tentar achar uma foto desse dia para postar aqui).

Guardo também a recordação de uma história da minha mãe que, quando era criança, “maquiou” os pôsteres com fotos de artistas (que, naquela época, deviam ser em preto e branco) do quarto de uma irmã mais velha dela (imagina a “felicidade” da minha tia!).

Minha mãe trabalha com design de sobrancelhas e já fez alguns trabalhos como maquiadora (não faz mais por falta de tempo). Eventualmente, ainda maquia algumas pessoas.

Quando eu estava na pré-adolescência, ela me maquiava para as festinhas. Aí, às vezes, falava que estava cansada ou ocupada e pedia para eu “ir preparando a pele pra adiantar”. Eu morria de raiva!

Queria que minha maquiagem ficasse perfeita e acreditava que isso só seria possível se minha mãe fizesse tudo, embora eu também fosse bastante crítica e exigente, e, muitas vezes, reclamava que não estava ficando do jeito que eu queria.

Um momento que me marcou foi a minha primeira tentativa de fazer um delineado: o traço ficou perfeito — geralmente as pessoas têm dificuldade com isso.

Na época da universidade, as meninas elogiavam minhas maquiagens, perguntavam quem tinha feito, e minhas amigas me pediam para maquiá-las para as festas. Eu fazia com gosto, não cobrava nada e nem passava pela minha cabeça que isso um dia poderia se tornar uma atividade profissional.

Quando pessoas aleatórias começaram a me procurar para maquiá-las é que fui pensar em valores, mas até hoje tenho dificuldade em estabelecer preço para algo que pra mim sempre foi mais um hobby.

A primeira vez que atuei como maquiadora, de fato, foi quase no fim da minha graduação em Jornalismo, maquiando algumas formandas para o baile da UFV (Universidade Federal de Viçosa), onde estudei. Nesse meio tempo, fiz dois cursos de automaquiagem, mais por prazer e para conhecimento pessoal.

Quando me formei e voltei para minha cidade natal, estava sem emprego e anunciei meus serviços de maquiadora pela primeira vez. Minha mãe cedia o espaço de trabalho dela, e eu também atendia algumas clientes em domicílio.

Só que não investi, não me profissionalizei e a concorrência foi ficando cada vez maior e mais especializada. Eu tinha dificuldade de assumir a maquiagem como profissão e ainda esperava arrumar um trabalho na área de Comunicação.

Nessa época, eu já lamentava ter perdido a chance de pegar a “crista da onda” quando esse negócio de maquiagem bombou, principalmente na internet, com a “febre” dos blogs e dos tutoriais sobre maquiagem.

Se naquele momento em que eu achava que já tinha “ficado para trás” eu tivesse feito algo, hoje poderia estar colhendo os frutos. Acredito que ainda havia espaço e, atualmente, vejo que, realmente, já está meio saturado. Mas como diz o meu marido, “SE eu tivesse asas, eu voava.”

Nunca abandonei completamente essa ideia. Mas também nunca mergulhei nela. Sempre tive medo de me expor, de divulgar o meu trabalho e “me queimar”, por não me julgar boa o bastante. Afinal, não basta saber maquiar (muito bem!): tem que saber fotografar maquiagem e ter as “manhas” das redes sociais — fazendo tudo isso no menor tempo possível. Eu acabo demorando bastante para finalizar as maquiagens, por falta de prática e por ser muito detalhista.

Já desmarquei horários e dispensei muitas clientes para viajar e participar de eventos familiares e sociais. A maior procura, naturalmente, é para os fins de semana, quando há mais eventos, e eu não queria abrir mão dos meus, principalmente morando ora longe da família, ora longe do namorado (agora marido).

Já deixei algumas clientes bastante satisfeitas; outras, nem tanto. Já fiquei bem feliz e orgulhosa de mim mesma com o resultado de algumas maquiagens que fiz — e um pouco frustrada com outras. Em todas as vezes, a insegurança estava presente. E eu sempre fico com a sensação de que poderia fazer melhor.

Uma das experiências mais especiais que tive foi a de trabalhar no Studio Lara Marins, salão maravigold da minha prima-irmã-cabeleireira-maquiadora-diva-arrasiane, durante a Fenamilho (a maior festa da minha cidade natal, Patos de Minas), em 2016. Foi uma semana de muito aprendizado e de trabalho intenso.

Voltei para BH, onde moro atualmente, animada para, enfim, investir nessa carreira. Cheguei a fazer teste em um salão de beleza famoso aqui, mas não rolou. E, mais uma vez, deixei passar.

Tive, ainda, a honra e o prazer de maquiar a cantora Paulla Mirella — que acabou se tornando também uma amiga — para alguns shows, viajando com a equipe dela, inclusive em um réveillon. Sou muito grata por ter tido essa oportunidade.

Na época em que trabalhei com uma marca de cosméticos, pensei em investir na parte de maquiagens, desenvolvendo treinamentos, cursos etc. Mas adivinhem? Não coloquei a ideia em prática.

De um tempo pra cá, comecei a perceber que, até então, talvez a ideia de ser maquiadora era mais uma pressão externa do que uma vontade minha. Quem sabe eu fosse ótima como amadora, mas nunca me tornei ou me senti verdadeiramente profissional. A possibilidade de ganhos financeiros com a profissão sempre me brilhou os olhos, embora jamais tenha sido suficiente para que eu me entregasse de corpo e alma.

De vez em quando, ainda maquio algumas amigas e conhecidas, e uma das minhas metas para esse ano é fazer, pelo menos, um curso profissional para aprimorar a parte técnica, tão importante em qualquer arte.

Antes eu via a maquiagem como uma coisa meio fútil, e, geralmente, me interessava por trabalhos — digamos — mais intelectuais. Também sempre tive vontade de fazer a diferença na vida das pessoas.

Aos poucos, fui mudando minha visão sobre o universo da maquiagem. Ela faz parte de muitos momentos importantes e felizes da vida das pessoas (casamentos, formaturas, aniversários…), além de mexer com a autoestima das mulheres.

Recentemente, ganhei de uma grande amiga um quadrinho fofo com desenhos de vários tipos de cílios postiços. Ela disse que viu e, logo, se lembrou de mim. Respondi que vou colocar no meu estúdio de maquiagem, quando abrir um. (Update: atualmente ele está enfeitando meu home office!) 

Quando me mudei para BH, o corretor com quem alugamos nosso primeiro apartamento aqui, me mostrou uma sala comercial que seria perfeita para isso. Até pouco tempo atrás, eu passava em frente a essa sala todos os dias de ônibus indo para o trabalho, e ficava imaginando como seria ter o meu estúdio lá.

Quase 2 anos depois, o imóvel continua disponível para locação, imagino que por causa do valor, que não sei qual é, mas faço ideia, devido à localização privilegiada. Ou, talvez, só esteja me esperando


Update: entrei em contato com o corretor e a sala foi alugada. 😦

Update 2: Estou fazendo um freela em uma agência de comunicação EM FRENTE à tal sala.

Update 3: Estou fazendo freelas de conteúdo para o blog de uma empresa da área da beleza, e escrevendo sobre maquiagem, cabelo, etc. ❤


Publicado por Maíra Caixeta

Jornalista por formação e escritora por paixão. Trabalho com marketing de conteúdo, faço "bicos" como maquiadora, amo viajar e comer, então resolvi criar este espaço para compartilhar um pouquinho de tudo isso.

3 comentários em “Escrever e/ou maquiar? Eis a (minha) questão!

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